quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Evento propõe políticas públicas contra violência

“Por um espaço geográfico sem cárceres públicos ou privados”. Esse é o nome do livro que será publicado, fruto do Simpósio Internacional sobre Geografias da Violência e do Medo”, que se encerra nesta quinta-feira, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO), o encontro teve como objetivo realizar uma discussão abrangente e aprofundada sobre a violência a partir de um prisma geográfico, avaliando fatores econômicos, culturais e políticos, tornando o território um espaço do medo e da violência.

Para o professor Alcindo José de Sá, coordenador do encontro, o evento está obtendo um resultado extremamente positivo: “O evento é propositivo e trouxe várias situações pontuais que se atrelam ao processo de gobalização, à geografia da violência, ao medo do outro. Não se vê mais um lugar que não tenha grade ou segurança privada. Essa questão mostra que hoje as pessoas querem um estado cada vez mais policial que social. As pessoas, no desespero imediato, acham que só o estado policial é suficiente, quando não se combate a criminalidade matando os criminosos e sem realizar políticas assistenciais, de educação, lazer consistentes e com valores humanos.

O encontro tem um propósito de ser pioneiro na medida em que discute um fato que a população alega ser primordial, que é a questão da segurança. Só a partir de condições mínimas de sobrevivência, pode-se evitar a proliferação de bandidos. As pessoas não nascem criminosas, elas se tornam criminosas pela falta de atenção”. O professor acredita que o evento pode servir de base para a estruturação de políticas públicas, diante da visão propositiva realizada graças à análise contextos e circunstâncias: “Jamais se poderá planejar alguma mudança de cenário se não se faz uma análise de contexto, um resgate histórico da violência do passado, levando em conta aspectos econômicos e sociais, rebatendo no território. Vivemos cada vez mais fechados. Hoje as cidades são na verdade mais anti-cidades, no sentido em que deixam de compartilhar, perdem a convivência entre estranhos. As pessoas estão cada vez mais individualistas e este é um cenário insustentável. Para mudar, precisamos pensar a história do processo e como ele se dá na dinâmica do dia-a-dia”.

Dirigido a estudantes e profissionais da Geografia ou áreas afins que trabalham e se interessam pelo tema, o simpósio reuniu mais de 500 pessoas durante os três dias de realização.

Confira a programação do último dia do evento:
18h30 - Palestra
Tema: Normas jurídicas/políticas e territorialidades do sistema carcerário: desafios
Local: Auditório do CFCH, térreo
Palestrante:Maria Adélia Aparecida de Souza (USP/Territorial)

19h30 - Palestra de encerramento
Tema: Geografias da violência e do medo: por um espaço sem cárceres públicos ou privados, ou uma geografia da esperança
Local: Auditório do CFCH, térreoCarlos Augusto de Figueiredo Monteiro (USP/Unicamp/UFSC)20h - Encerramento

Na UPE


O tema violência também estará sendo discutido nesta quinta-feira na Universidade de Pernambuco (UPE), pela Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (FENSG/UPE). O seminário "Violência contra a criança e o adolescente - a notificação como instrumento de garantia de direito" é destinado aos profissionais e estudantes da área de saúde e tem o objetivo de debater a notificação como instrumento de garantia de direito e promoção à saúde e de ferramentas para a operacionalização de ações junto à sociedade.

O encontro acontece no auditório da faculdade, das 8h30 às 17hs, com palestras e apresentações e o relato de experiência da equipe multiprofissional do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC/UPE). A FENSG/UPE fica na Rua Arnóbio Marques, em Santo Amaro.

Da Redação do PERNAMBUCO.COM

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